Os contrastes do nosso mundo em imagens

Julho 10, 2007 às 11:18 pm | Publicado em Comunicação e Sociedade, Política | 9 comentários

Estas duas fotos mostram-nos dois mundos diferentes. A do lado esquerdo é daquelas imagens que merecem prémio. Fotojornalismo puro. O olhar do fotógrafo chegou a interpretar o pormenor. E esse pormenor tem um nome: pobreza. Encontramos a referida foto num blog de Cabo Verde que descobrimos recentemente (Espaço Cabo Verde), que nos dá conta de que a foto é proveniente de uma parte qualquer da África. A mesma África, cuja uma parte da população não se deixa fotografar porque entende que tirar uma fotografia é tirar a alma à pessoa retratada. Mas, essa pessoa que pôs-se mesmo a jeito de ser fotografada parece não ter esse medo. Talvez tenha percebido que esta fotografia apenas tirava alma à pobreza. “De acordo com a FAO, há 186 milhões de pessoas com fome em África. [11] A fome em África deve ser analisada em duas dimensões – longo e curto prazo. A longo prazo, as populações carenciadas possuem recursos limitados e são incapazes de comprar ou produzir, numa base contínua, a quantidade e qualidade de comida necessária para uma vida saudável. Esta condição crónica é mensurável por um indicador denominado desnutrição crónica definido como a altura da criança relativamente à altura normal de uma criança da sua idade. Na África Sub-Sahariana, a percentagem de crianças que estão com altura abaixo do normal, varia de 15% até 45%, mesmo em países onde não decorram conflitos ou que não sofram de seca grave. Isto indica que um grande número de crianças estará pouco desenvolvida a longo prazo, tanto fisica como mentalmente, em resultado de uma dieta inadequada” (fonte). A pobreza é um dos grandes ‘cancros’ que ‘comem’ os cornos e o coração da África. Se ninguém fizer nada, a África continua a ser um continente adiado. Os Governos africanos devem actualizar o calendário da África, que anda muito desactualizado e a contar os tempos fora da sua época. O futuro não pode continuar adiado. Hoje, está em cima da mesa, a possibilidade de se realizar um encontro que procure aproximar a União Europeia à África… ou a África à Europa? Quem se desloca, pouco importa. O que mais interessa é que essa cimeira, a acontecer, não fique por meras declarações de intenções, como muitos encontros que têm acontecido. E que outras portas abram, para que não continuemos a ver os nossos irmãos a ter que fazer esforços desses para andarem calçados.

Cabo Verde vai ter mais um partido político

Julho 10, 2007 às 11:51 am | Publicado em Política | Deixe um comentário

António Silva, antigo líder da UCID na estrutura regional Benelux, Alemanha e Inglaterra, acabou de nos enviar uma nota de imprensa, que dá conta da emergência de um novo partido que, brevemente, irá entrar em acção na cena política cabo-verdiana. De nome Partido de Progresso Nacional de Cabo Verde, esta organização política emergente vai apostar sobretudo na divulgação da cultura cabo-verdiana. Na sua bandeira, para além do nome do partido, destacam-se três palavras: Organização, União e Trabalho.
No ponto 6 do Manifesto que acabamos de receber, destaca-se a Política Cultural de um partido que pretende “dar uma especial atenção à recuperação e preservação do nosso património cultural, a difusão da literatura e a promoção da indústria cinematográfica cabo-verdiana. Será incentivada a presença de artistas e músicos cabo-verdianos nos palcos nacionais e estrangeiros. Todas as Ilhas e comunidades no estrangeiro terão centros específicos de formação e promoção da música tradicional, tradição oral, teatro, cinema, culinária. Haverá uma forte promoção da especificidade, autenticidade e valores culturais de cada ilha de Cabo Verde”.
Há várias outras questões que são realçadas pelo Manifesto do partido emergente. A defesa nacional é uma matéria com grande destaque, sendo que se promete esforços no sentido de assegurar o crescimento económico das ilhas, num clima de segurança e promoção da democracia cabo-verdiana. Para assegurar o desenvolvimento nacional, o Partido do Progresso Nacional traça uma meta que vai de 2007 a 2017, em que pretende fomentar a pareceria público-privado, no sentido de garantir a sustentabilidade da economia cabo-verdiana a longo prazo. Por outro lado, pretende encarar a saúde pública como um bem de utilidade pública, assente no direito de cada cidadão ser assistido médica e medicamentosamente.
O novo partido assume a administração eficiente dos bens públicos como um grande desafio para o desenvolvimento do país e promete dar uma atenção muito especial às questões do Ensino, das Ciências e da Tecnologia. O projecto parece desafiar todos aqueles que socorrem-se da pobreza para explicar alguns atrasos do país: defende que “todos os cabo-verdianos – desde os mais jovens aos mais velhos – têm direito à formação profissional, médio e superior, nas suas próprias ilhas”. Este objectivo só é possível através de criação de pólos de ensino de todos esses níveis em todas as ilhas ou então, há que transformar as tecnologias em Cabo Verde, ao ponto do ensino em rede, como tem sido pensado na Universidade Pública de Cabo Verde, deixe de ser um sonho. Passa pela baixa das mensalidades dos serviços de Internet, fugindo-se do preço praticado pela telefónica nacional de capital português, e isentar os computadores domésticos de taxa de alfândega.
Por fim, destaca-se a Política Social do Partido de Progresso Nacional de Cabo Verde, que encara a solidariedade, a inclusão social, o apoio ao ensino, a formação, a informação dos cidadãos, a protecção dos agregados familiares, como objectivos primordiais de qualquer Estado de Direito democrático.
O Manifesto que data de 5 de Julho de 2007 não traz qualquer assinatura, mas foi-nos enviado por António Silva, o mesmo que, no dia 29 de Janeiro passado, enviou-nos um comunicado a informar da sua desvinculação definitiva da UCID, argumentando que “volvidos 26 anos depois da minha filiação ao partido, resolvi declarar definitivamente a minha saída. A razão que leva a anunciar a minha desvinculação da UCID não tem absolutamente nada a ver com a actual liderança do partido. Pelo contrário: a UCID está hoje mais vivo do que nunca, graças à liderança do Eng. A. Monteiro. A razão da minha saída é a seguinte: tem-me faltado inspiração política suficiente para continuar a liderar a UCID na estrutura Regional ‘Benelux, Alemanha e Inglaterra’”. E, nesta sequência, vem o Partido do Progresso Nacional de Cabo Verde.

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